terça-feira, 8 de maio de 2012

Drogas o Nome Diz Tudo

Fama, dinheiro e drogas movendo artistas ao fim da vida


Para deixar as drogas, os psiquiatras alertam que a força de vontade é fundamental, mas é preciso a associação desse desejo com a estrutura necessária, inclusive tratamento


O crescimento do uso do crack no Brasil pegou de surpresa as famílias e os especialistas em saúde pública. Em pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios sobre o consumo de drogas no Brasil, 98% das quatro mil cidades brasileiras participantes declaram ter problemas com drogas, incluindo o crack.

Sobre o estrago das drogas nas vidas da família e o grande uso do crack, o psiquiatra José Carlos Escobar esclarece que o crack se diferencia das outras drogas porque é intenso e fugaz. “Por ser inalado em gás, ele chega muito mais rápido ao cérebro e de maneira intensa, só que em menos de cinco minutos há uma queda na sensação de prazer, fazendo com que o usuário queira novamente a sensação, daí ficar compulsivo e desenvolver características desesperadas”, afirma.

Para deixar as drogas, o psiquiatra alerta que a força de vontade do usuário é fundamental, mas é preciso a associação desse desejo com a estrutura necessária, inclusive tratamento especializado. “Sozinho é difícil deixar as drogas porque esse consumidor perde a noção de si mesmo, por isso é fundamental a assistência médica e terapêutica, além da força de vontade dessa vítima, que é fundamental. Sem força de vontade não é possível deixar o vício”.

O psiquiatra aponta que é o adolescente quem está mais propício ao vício, por estar em processo de transição, mas isso pode variar de acordo com a vulnerabilidade de cada pessoa. E o crescimento do consumo do crack se dá por conta do preço e da intensidade: “É uma droga facilmente encontrada e tem muita intensidade, mas o usuário não entende que se engana porque ela leva a pessoa à miséria também rapidamente”, acredita.

FAMÍLIA
O psicanalista aponta que a comunidade que trata de dependentes foi pega de surpresa com o usuário do crack, que é diferente dos usuários de outras drogas por ter um tempo de tolerância sem a droga menor que os outros, além das crises de abstinência serem mais violentas

e não há remédio eficaz para tratamento: “até o procedimento à vítima do crack ainda está sendo desenvolvido. Com o remédio se diminui a ansiedade e a compulsão, mas é importante a ajuda da família”. Ele acredita que a soma de ações entre a vontade do usuário, a ajuda do estado, tratamento médico e apoio da família é a chave para o tratamento.

Além disso, ele aponta o erro em se investir apenas em locais para tratamento. “Deve haver lugar para receber e tratar a vítima das drogas mas é necessário também as ações preventivas”. E para as famílias vítimas desse problema a orientação é ter paciência, persistência e pulso firme. “Excluí-lo da família não é o caminho. É preciso mostrar amor e proximidade mas ser firme nas ações para o bem do usuário, inclusive com o apoio de algum técnico em saúde”. Com isso, segundo o psiquiatra, é possível que as vítimas de drogas retomem o convívio social e continuem com o tratamento permanentemente.

Quem precisa de ajuda pode procurar os Centros de Referência e Acolhimento ao Usuário de Drogas (Craud), que atendem gratuitamente. O telefone de contato é o 0800 281 6093 (Central de Atendimento Vida Nova). A ligação é gratuita



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